sábado, 17 de abril de 2010

A origem sangrenta dos contos de fadas


DIVULGAÇÃO

Revista Mundo Estranho ed. 98; Abril de 2010.

Faz mais de uma semana que comprei essa revista. Visito bancas de revistas, gibiterias e comic shops sempre que encontro uma no caminho. Fiquei muito chateado com a reportagem de capa, arte da matéria e claro com o conteúdo. Não sou um especialista em Literatura Infantil, mas respeito muito e gosto demais dos personagens citados na matéria. Os autores da matéria erram ao citar a obra de Lewis Carrol – Alice no País das Maravilhas – de conto de fadas. Pois não é, na verdade é uma ficção que faz uso de jogos de linguagem, ironia e filosofia. O non-sense, falta de juízo, maluquice, é utilizado para fazer rir e refletir. Não é o riso fácil, visto todos os domingos no programa do Didi.

Olha o que a reportagem fala sobre os personagens de Monteiro Lobato:

"Já imaginou uma história infantil em que a criançada cheirasse para curtir a maior viagem no tempo e no espaço? Nas primeiras versões do Sítio do Picapau Amarelo era assim. Só mesmo nos anos 70 é que o pó de pirlimpimpim passou a ser jogado na cabeça dos personagens. O motivo? Não remeter ao consumo de cocaína..."

Na citação acima esta o problema da matéria. Ela pinça detalhes do que os autores consideram "contos de fadas", e mostram como esses detalhes foram pasteurizados através das várias adaptações através dos séculos até os dias atuais. Revela também que desconhecem as obras representadas na matéria.

Defendendo Lobato:

Em "Reinações de Narizinho", a personagem título fica noiva do Príncipe do Reino das Águas Claras. Que nada mais é do que um peixe. Sim, um peixe. Na adaptação global que eu assistia no final da tarde, o personagem foi humanizado. Na ilustração do livro publicado ainda hoje, o príncipe ainda é um peixe, que usa terno e colete.

Outro autor mal interpretado foi o grande Andersen. Sua personagem síntese – a sereiazinha – foi reduzida a um ser mítico, egoísta e amoral. Andersen foi criticado e perseguido por seus pares literários, pois seus contos eram ritos de passagem com forte teor religioso e moralizante. Seus personagens penavam até o "..felizes pra sempre" Somos todos adultos e posso resumir que : a sereia aceita a rejeição do príncipe, se desfaz em espuma, e através dos anos desenvolve um "espírito" e torna-se um anjo.

Matéria completa aqui: http://picasaweb.google.com.br/danilobiblio/MundoEstranho98##

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